domingo, 3 de junho de 2012

Olá pessoal.
Gostaria de saber se o blog ainda tá ativo, se a turma ainda existe, se a disciplina ainda existe...
Alguém vivo por aí?
Estou preocupada com a finalização da disciplina. Como será? Ou já foi?
Help me please!!
Mara.

terça-feira, 20 de março de 2012

Avaliação

Gostaria de saber a quantas anda a avaliação da disciplina e deixar as referências bibliográficas das minhas contribuições textuais. Acho que não estamos conseguindo progredir na construção do artigo (a distância), quem sabe a gente se encontra para organizar as ideias?

Abraços

Maria do Carmo


Referências Bibliográficas:
MARTINS, José S. A sociabilidade do homem simples. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2000.

 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sem acesso!

Estou 'quase' cansada de tentar inserir minha contribuição no texto já existente. Tentei de todas a maneiras possíveis e imagináveis. Sairei prejudicada, porque minhas contribuições não aparecem no blog. Já postei vários comentários, mas não são acrescentados no texto. Como fica minha situação? E a disciplina, estacionou? Alguém me mande um sinal de fumaça, por favor...
Obrigada,
Mara.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Artigo Coletivo


SUGESTÃO DE TÍTULO
Re-emergências das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação.
Paulo Peixoto de Albuquerque
Valter Morigi
Aline Alberto, Cristina Ramires, Dirceia Fajardo, Eloisa, Francesco, Graziela Santos, Gilson Luiz do Anjos, Janaina Marques Silva , João Carlos, Juliana S. dos Santos, Luis Paulo Arena Alves, Mara Welter, Maria do Carmo Vargas, Michele, Patrícia, Simone.


A título de boas vindas: a lógica da "presença ausente" ou de que a "não presença não significa ausência". O seminário - Re- emergência das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação - insinuou que a inserção de temas contemporâneos – emergência de processos aparentemente insignificantes da vida cotidiana e do fazer produtivo - não pode ser realizada numa concepção meramente "bancária" de educação.
A participação em cursos de complementação sejam eles de pós-graduação ou especialização requer metodologias inovadoras, participativas, especialmente porque a  maioria dos temas contemporâneos já estão divulgados nos meios de comunicação e de alguma forma são analisados na mídia.
A proposta de refletir sobre – Re-emergência das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação associativa – tornou-se viável quando a proposta encontrou a disponibilidade de um grupo que busca o diálogo entre educadores e educandos, ou antes, entre os conhecimentos/saberes existentes no grupo para cotejá-los com aqueles conhecimentos ditos científicos e/ou os conhecimentos de senso comum.
A escolha da sala de aula como lugar privilegiado para a discussão é/será o artifício técnico para reduzir a distância epistemológica entre esses conhecimentos. Entre os recortes disciplinares (plurais) dos participantes e o tensionamento proposto pelas leituras que foram propostas. Nelas existem continuidades e rupturas: o olhar especial proposto pelos autores pode nos ajudar a definir quais serão os conceitos fundamentais da teoria, e os temas de interesse de cada um, por sua vez, podem contribuir para eleger a metodologia apropriada como, por exemplo, a construção deste texto coletivo.

O ambiente virtual – um blog criado para o seminário – agregou as ferramentas de comunicação e interação on-line, sendo este um dos mecanismos de mediação que deu a proposta, a dinâmica necessária para que discentes e docentes conciliassem seus tempos/horários e incrementassem ações paralelas que servissem de auxilio para a compreensão da teoria.
Além de ler textos e interpretá-los o que se pretende é mostrar que esta ferramenta mediadora do blog possibilitou construir uma linguagem comum e coletiva e de constante diálogo problematizador.
O que conferiu alguma singularidade ao grupo e a proposta de trabalho é o fato dela se desenvolver partindo do princípio de que o desenvolvimento de um processo reflexivo é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio (alguns, assim como LEV SEMINOVITCH VYGOTSKY (1896/1934) chamam isso de construtivismo social). Paulo /Valter
Partindo de reflexões geradas no decorrer do seminário em aulas presenciais, bate papos nos corredores e com a contribuição  e construção do blog foi se desenrolando algumas ideias sobre os processos de aprendizagem qualificados pela vivência e avaliados como instigadores de futuras pesquisas.(JU)
Dessa forma, da sala de aula até a porta de saída do prédio existe um tempo e um espaço onde os discursos afloram. Pode-se chamá-los de “discursos de corredor”. Não sei por que isso acontece, (mas acontece): eles surgem com clareza e com verdades absolutas. Neles sabe-se exatamente o que se quer e se busca, seja ao falar de projetos ou de referenciais e teorias.
Isso talvez aconteça porque as mentes se liberam dos bloqueios impostos pelo formato do ambiente formal que perdura das escolas às universidades. E se isso é verdadeiro, também é verdade que os espaços de aprendizagem precisam ser repensados, ou re-inventados para permitir a fruição da linguagem e da mente. Partindo desse pressuposto, analisar e entender a construção do conhecimento que se dá nas ruas e nos espaços não formais de educação é elemento fundante de pesquisa para essa reinvenção.
Pegando o exemplo da aprendizagem da língua estrangeira, ao adentrar-se em uma comunidade periurbana, onde as dificuldades e carências são evidentes, educadores se deparam com uma realidade distanciada das suas e pouco fértil para criar o desejo nos educandos em aprender uma nova língua. As técnicas e os meios de ensino não estimulam o querer e não justificam sua existência. Por outro lado, para os alunos a forma é desconexa da realidade vivida.
Porém, fora da sala, se um indivíduo atentar-se e prestar atenção nas conversas, certamente se ouvirá diálogos do tipo:


- E aí brother? Vamos comer um hot dog?
- Bah, never!! Tô sem money.
- Sem  problems…I have.
Isso mostra que, para além de um conjunto de regras gramaticais e de palavras a serem memorizadas, existe um “corredor” usado como meio de aprendizagem e de troca de um sistema de códigos linguísticos, os quais dominam e dos quais se utilizam como instrumento para interagirem com o mundo. (Pat)
Quando este “corredor” está sendo utilizado como um meio, para que a aprendizagem se estabeleça, esta-se dizendo que o espaço da sala de aula não é a única possibilidade de interação com os saberes ou signos, pois existem inúmeras maneiras e sistemas, onde a troca pode ser efetiva.
Os espaços periurbanos aparecem como fronteiras entre a cultura urbana e rural, quando na verdade já foram derrubadas. A linha que separa as civilizações do mundo moderno é muito tênue. O acesso à informação não privilegia somente àqueles que detêm o capital, poucos não sabem o que seja hot dog ou money.
É preciso reinventar não apenas novas formas de ensino-aprendizagem, mas uma nova forma de ver o Homem. Ter um novo olhar significa desmistificá-lo, conseguir enxergá-lo por inteiro, sem preconceitos e sem barreiras. Reinventar é lembrar e por em prática relações horizontais, onde as diversas singularidades constroem uma rica pluralidade de identidades e de saberes. Re-inventar é superar o possível!
A nova sociedade requer que além de saber conviver com as diferenças, saiba-se compartilhar conhecimento/saber com quem quer que seja, independentemente do espaço social. (MC)
Todavia, a educação permanece como a velha barreira dos bancos escolares que há séculos nos persegue, é preciso parar e ter um novo olhar. Assim, nos depararemos com espaços onde a aprendizagem não somente da língua estrangeira, mas da geografia, da matemática e tantas outras disciplinas já são ensinadas e aprendidas através da convivência com outros integrantes da sociedade, que não necessariamente sejam educadores.
Ter um novo olhar significa desprender-se dos velhos moldes que a nossa memória insiste em ficar atada para se conseguir então, dar um passo a frente para re-inventar velhas e novas formas de aprender que perpassam por outras práticas não formais de “ensinagem”.
Contudo, para se permitir enxergar novas formas de aprender, precisa-se primeiramente analisar os processos solidários que permeiam as comunidades, coooperativas e tantos outros espaços de economia solidária. Espaços esses, onde as pessoas por terem um objetivo maior e coletivo, se ensinam uns aos outros, fortalecem e respeitam o potencial de cada um e o envolvimento e motivação que faltam nas salas de aulas já ocorre nesses espaços ditos (in)visíveis.
Vive-se um tempo de re-emergência onde há um grande distanciamento da teoria e do empirismo. A escola insiste em teorizar, avaliar, ditar o certo ou o errado segundo as diferentes epistemologias, enquanto que nos espaços periurbanos o que ocorre são vivências de aprendizagem, são artefatos que foram apreendidos na práxis, são avaliações de vidas e não de estudos científicos. (JU)
Nesses espaços, essas vivências vêm de diferentes formas: através da educação informal, da educação de jovens e adultos, da educação popular e também da educação formal. Cada uma com suas características próprias, mas com o objetivo comum de transformar os sujeitos em atores sociais, econômicos e culturais.
Por mais contundente que seja a crítica com o formato da escola hoje, com o distanciamento desta com a vida real que está para além dos muros escolares, ainda assim não se pode negá-la. Ela existe e está na comunidade, e é nela que muitos irão buscar a possibilidade de mudança de seu status quo, embora de lá evadam sem nenhuma bagagem cultural. (Pat)
A grande transformação necessária nesses novos tempos pode ser utópica, porém uma alternativa seria apanhar a sabedoria encontrada nas ruas e levá-la às escolas, para que assim ocorra um diálogo mais válido na educação, um diálogo onde memórias e vivências se unam aos estudos teóricos, para então se falar em processos de ensino aprendizagem com propriedade. (Ju)
Outra, seria re-conhecer os espaços constituídos na comunidade enquanto lugar de apoderamento e de construção de protagonismos, entender como neles são construídas novas e diferentes pedagogias, e a partir disso fortalecer interações e cooperações entre escola/comunidade.
Quem domina o conhecimento, acaba também por controlar os meios de expressão e de criação. Então fortalecer os espaços da comunidade significa socializar ferramentas de construção de futuro.
Descobrir como essas comunidades se organizam, aprendem , se relacionam, é essencial para a construção de uma estratégia e de um método onde a proposta da relação solidária seja meio para que a comunidade se perceba e tenha domínio de sua história e de sua cultura. É a partir da riqueza disponível no território, seja esta organismos, pessoas, saberes ou bens materiais/ imateriais, que ocorre a mobilização para uma educação libertária e que só se dá efetivamente no coletivo e em determinados espaços.
Que espaços são esses e como se utilizam da memória, da oralidade, dos costumes, da língua, para terem, verdadeiramente, conhecimento de sua história, domínio de seu presente e serem responsáveis por seu futuro? Que apelos os permitem trabalhar com diferentes atores buscando uma identidade que os una e os façam participar e lutar por melhoria de vida? Como que mesmo com escassos recursos financeiros, se apropriam dos recursos culturais e patrimoniais da comunidade, individual e coletivamente, e os transformam em matéria prima para criar uma nova pedagogia? (Pat)
De acordo com Todorov (2008, p.20) “a vida em sociedade impõe a aprendizagem da reciprocidade”, e é exatamente isso que está faltando nos educadores, a humildade para fazer trocas recíprocas e aceitar que saberes da rua, também são importantes para a construção da sociedade e que não são meramente objetos de estudo.
Essa reciprocidade é visível em espaços onde um bem comum, um interesse maior é construído pelo coletivo, que pode ser dentro dos movimentos socias ou até em grupos que visam uma economia solidária. (Ju)
Assim, a economia solidária adquire uma dimensão maior, quando nestes espaços são compartilhados os saberes da produção. O intuito deveria ser a possibilidade de todos evoluírem juntos. Nas relações de trabalho onde a equidade é um valor, as trocas são mais efetivas e a aprendizagem passa a ser extremamente significativa.
Pode-se trazer como exemplo o caso de uma confecção da moda feminina, cooperativa de modelistas e costureiras. O conhecimento/saber necessário para executar o trabalho ultrapassa o simples costurar, a modelagem exige conhecimentos de matemática, embora o trabalhador em geral não tenha noção de geometria plana ou espacial, consciente.
Esse é mais um dos pontos trazidos para reforçar a idéia de que a aprendizagem  nesses espaços é um saber significativo e de extremo valor para a evolução da sociedade como um todo. A maneira como o homem produz a riqueza e como se relaciona com o trabalho é determinante no modo de produção do Estado. Segundo Martins (2011, p.104), “A coisificação das relações sociais promove a alienação do homem em relação à sua obra, faz com que apareça como coisa e objeto, e não sujeito de sua própria obra.”
O grande desafio é transformar a velha forma de produção em um meio partícipe de sobrevivência, onde o trabalhador seja quem pratica a ação, sujeito da sua história e não objeto, mero espectador. A práxis exige rigor epistemológico, trocas sistemáticas, não existe a possibilidade de se obter um resultado satisfatório quando não existe o comprometimento com a realidade posta.
Paulo Freire dizia que ninguém é uma tabula rasa, portanto respeitar os saberes do trabalhador é condição sine qua non para que o processo de ensino-aprendizagem se estabeleça. Desta maneira, seriam utilizados na prática todo e qualquer conhecimento já experimentado ou vivenciado e, assim, haveria uma contribuição efetiva para o desenvolvimento do coletivo. (MC)
O ser humano apropria-se do conhecimento de diversas maneiras e, cada indivíduo tem na sua peculiaridade um mecanismo de como reter este saber, esta-se dizendo com isso que a memória está intimamente ligada com as conexões feitas ao longo deste processo, ou seja, memória e educação fazem parte da identidade de cada um de nós.
Voltando à questão da cooperativa de modelistas e costureiras. A moda é cíclica e o passado histórico é uma fonte de inspiração. Por esta razão, quando fala-se de recursos patrimoniais e culturais, não se pode esquecer as partes que compõem o todo. A indumentária é parte integrante da história e da cultura de um povo, reflete a sua identidade.  Segundo Morin (2000, p.52),
“O homem somente se realiza plenamente pela cultura e na cultura. Não há cultura sem cérebro humano (aparelho biológico dotado de competência para agir, perceber, saber, aprender), mas não há mente (mind), isto é, capacidade de consciência e pensamento, sem cultura”
(Seria necessário voltar a questão? Parece sanada anteriormente ...JU.)
Portanto, todo processo educativo passa por questões de cunho ideológico e está intimamente relacionado à memória histórica. O desenvolvimento sócio-econômico da civilização é resultado de uma eterna luta de classes.Os movimentos sociais têm o intuito de promover a melhoria de vida do coletivo através da economia solidária ou de associações de classe e, são responsáveis pela luta das classes menos privilegiadas, assim como, pelo reconhecimento do homem como agente integrante do processo produtivo. (MC)




Os movimentos sociais fazem parte do processo de conhecimento e estão inseridos dentro de uma educação ampliada, de uma Educação Não Formal, onde todos os sujeitos que estão presentes praticam ações coletivas em busca de um ideal comum. A solidariedade social e coletiva se impõe sob o individual e esse se correlaciona com o coletivo, pois a vontade de um torna-se a vontade de todos e, por conseguinte, todos são agentes do processo de construção do saber.

Nesses espaços, há um processo educativo, valores e culturas próprias de pertencimentos e sentimentos repassados de uma geração para outra, onde se compartilha as experiências e ações coletivas, trabalhando com a idéia de emancipação e autonomia dos indivíduos, vistos como sujeitos de construção de saberes e do próprio processo de conhecimento.
Os indivíduos que constituem os mais diversos movimentos sociais e populares apresentam uma aprendizagem política dos seus direitos enquanto cidadãos; exercitam e aprendem práticas que os capacitam a se organizarem com objetivos comunitários que são voltados para a solução de problemas coletivos cotidianos.
 Além disso, também proporcionam a aprendizagem de conteúdos a fazer uma leitura de mundo do ponto de vista de entender o que se passa ao seu redor como a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica presente nas redes sociais.
Segundo, Gohn (2001) a transmissão de informação e a formação política e sociocultural são metas na Educação Não Formal existente nos movimentos sociais que prepara os cidadãos, educa o ser humano para a civilidade, para a solidariedade, em oposição à barbárie, ao egocentrismo, ao individualismo, entre outros.
A Educação Não Formal atua sobre aspectos subjetivos dos grupos, trabalha e forma a cultura política de um grupo; desenvolve laços de pertencimento, ajuda na construção da identidade coletiva do grupo, pode colaborar para o desenvolvimento da auto-estima, se fundamenta no critério da solidariedade e identificação de interesses comuns e é parte do processo de construção da cidadania coletiva e pública do grupo.
Os ideais partem através de um desejo em comum, de algo que um grupo, uma parte da sociedade quer e não se encontra disponível a todos, os movimentos sociais e populares sempre foram presentes em todo o decorrer da história desde que o homem iniciou a divisão do trabalho.
 Os movimentos sociais ou populares são constituídos de ideais revolucionários, reformistas ou conservadores, ou seja, buscam a transformação, a mudança ou a manutenção de algo que uma parcela da sociedade almeja e reivindicam através de protestos, denúncias, plebiscitos, passeatas, greves, ocupações de prédios, terras, entre outros. Antes os movimentos se faziam ouvir em praça ou ato público, atualmente temos as redes sociais que se fazem presente em escala mundial, à mídia ajuda ou ofusca os objetivos reais de com certo movimento e isso fez com que os movimentos sociais se reciclassem, se remodelassem, mudando suas táticas, suas estratégias.
Entretanto, apesar da remodelagem dos movimentos sociais, seus elementos são considerados como fontes de inovações e de mudanças sociais, por essa razão eles detêm um saber próprio que é originado, através da lida quotidiana e podem ser apropriados e transformados em forças produtivas, em trabalho. Os caracteres que se constituem nos movimentos sociais se apresentam como necessidades, carências, desafios, obstáculos ou ações empreendedoras a serem realizadas que são construídos no processo, conforme as necessidades do grupo.
Há um elemento importante a ser destacado nos movimentos é a motivação das pessoas participantes que é dinâmica e tem um caráter humanista, além de existir a intencionalidade no processo onde há percursos, metas e objetivos que podem se alterar conforme as circunstâncias, pois o dinamismo, as mudanças, o movimento da realidade que é espiral e de acordo com o desenrolar dos acontecimentos, com os imprevistos e os improvisos no meio do caminho constituem o modelo da Educação Não Formal que há nos movimentos sociais, populares e em todos os meios sociais em que a aprendizagem seja autônoma, solidária e participativa. (Dircéia, creio que dá para recortar um pouco este parágrafo...O que achas? JU )
O meio social em que se vive é coberto de significados culturais, mas esses significados somente serão apropriados com a participação e participar é um processo dinâmico, interativo de aprendizagem que se constrói com a convivência em grupo. (Dirceia)
         Na  Escola Estadual de Ensino Médio Nova Sociedade, ligada ao  MST e localizada no assentamento Itapuí, na zona Rural do município de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul.  É uma escola pública, com a participação da comunidade na sua gestão e orientada pela Pedagogia do Movimento. Os educandos da escola são crianças, adolescentes, jovens e adultos, são do campo  e do MST, assentados nas proximidades da escola.
A referida escola é regida por princípios filosóficos e pedagógicos vinculados à Pedagogia do MST e aos Princípios e Diretrizes da Educação Pública Estadual, buscando desenvolver uma educação como processo do ser humano, abrangendo o conhecimento científico com conteúdos socialmente significativos e voltados para o campo e a construção da memória dos valores humanistas de forma participativa e igualitária.
Segundo Caldart (2000, p.27),

O processo de formação humana vivenciado pela coletividade Sem Terra em luta, é a grande matriz para pensar uma educação centrada no desenvolvimento  do  ser  humano, e preocupada  com a formação de sujeitos da transformação social e da luta permanentemente por dignidade, justiça, felicidade.
             Por isso, na escola se busca refletir sobre o conjunto de práticas que fazem dia-a-dia dos Sem Terra, e extrair delas lições de pedagogia, que permitam qualificar nossa intencionalidade educativa.
Parte da realidade e da cultura organiza-se coletivamente buscando a cooperação da comunidade escolar, desenvolvendo e incentivando os valores humanistas e resgatando a dignidade da pessoa humana.

Realidade é o meio em que vivemos. É tudo aquilo que fazemos, pensamos, dizemos e sentimos da nossa vida prática. È o nosso trabalho. È a nossa organização. È a natureza que nos cerca. São asa pessoas e o que acontece com elas. São os nossos problemas do dia a dia e também os problemas da sociedade que se relacionam com a nossa vida pessoal e coletiva. (CALDART,1999, p.31)

A proposta de educação do MST foi constituída por meio de cooperação, entre alunos, professores e lideranças do movimento.

A investigação do pensar do povo não pode ser feita sem o povo, mas com ele, como sujeito do seu pensar. E seu pensar é mágico ou ingênuo, será pensado seu pensar, na ação, que ele mesmo se superará. E a superação não se faz no ato de consumir idéias, mas no de produzi-las e de transformá-las na ação e na comunicação (FREIRE, 1987, p.101).

Essa Proposta envolve os seguintes fatores: (1) A escola de assentamento deve preparar as crianças  para  o  trabalho  no  meio  rural;(2) A escola deve capacitar para a cooperação;(3)A direção da escola deve ser coletiva e democrática; (4) A escola deve refletir e qualificar as experiências  de trabalho  produtivo  das crianças do assentamento; (5) A escola deve ajudar no desenvolvimento cultural dos assentados; (6) O ensino deve partir da prática e levar ao conhecimento científico da realidade; (7) O coletivo da escola deve se preocupar com o desenvolvimento pessoal de cada aluno; (8) O professor tem que ser militante; (9) A escola deve ajudar a formar militantes e exercitar a mística da luta popular; (10) A escola também é lugar de viver e refletir sobre uma nova ética.
Freire (1983, p.35) diz que “Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções”.  (Michele)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALDART, Roseli Salete. Escola é mais do que Escola na Pedagogia do Movimento Sem Terra. Porto Alegre: UFRGS, 1999.
_______. Educação em movimento - Formação de educadoras e educadores no MST. Petrópolis: Vozes, 1997.
_______. O MST e a formação dos Sem Terra: O Movimento Social como princípio educativo. In: GENTILI, P. e FRIGOTTO, G. (Orgs.) A cidadania negada; políticas de exclusão na educação e no trabalho. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
_______. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Petrópolis: Vozes, 2000.
FREIRE, P. R. Educação e mudança. 8.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
______________Pedagogia do Oprimido. 25. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
TODOROV, Tzvetan. La vida em común. Ensayo de antropologia general. 1. ed.,Buenos Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2008

sábado, 4 de fevereiro de 2012

           Olá grupo, tentei deixar o texto com o mesmo tempo verbal, recortei alguns parágrafos que estavam muito longos e acrescentei algumas palavras de ligação. Deixei dois questionamentos em laranja para MC e Dircéia. Li algumas vezes todo o texto e não consegui acrescentar o texto da Mara e da Janaína, acho melhor lermos novamente e de repente tentar cortar alguns trechos que parecem repetitivos.Acho que se separássemos por tópicos como: Introdução, Re-emergências na educação, Espaços de economia solidária e Movimentos sociais, fluiria melhor para o leitor. Estou postando os ajustes e comecei as referências bibliográficas com o autor que eu havia citado. Abraços fraternos!!!



SUGESTÃO DE TÍTULO
Re-emergências das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação.
Paulo Peixoto de Albuquerque
Valter Morigi
Aline Alberto, Cristina Ramires, Dirceia Fajardo, Eloisa, Francesco, Graziela Santos, Gilson Luiz do Anjos, Janaina Marques Silva , João Carlos, Juliana S. dos Santos, Luis Paulo Arena Alves, Mara Welter, Maria do Carmo Vargas, Michele, Patrícia, Simone.


A título de boas vindas: a lógica da "presença ausente" ou de que a "não presença não significa ausência". O seminário - Re- emergência das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação - insinuou que a inserção de temas contemporâneos – emergência de processos aparentemente insignificantes da vida cotidiana e do fazer produtivo - não pode ser realizada numa concepção meramente "bancária" de educação.
A participação em cursos de complementação sejam eles de pós-graduação ou especialização requer metodologias inovadoras, participativas, especialmente porque a  maioria dos temas contemporâneos já estão divulgados nos meios de comunicação e de alguma forma são analisados na mídia.
A proposta de refletir sobre – Re-emergência das solidariedades nos processos econômicos associativos periurbanos: memória e educação associativa – tornou-se viável quando a proposta encontrou a disponibilidade de um grupo que busca o diálogo entre educadores e educandos, ou antes, entre os conhecimentos/saberes existentes no grupo para cotejá-los com aqueles conhecimentos ditos científicos e/ou os conhecimentos de senso comum.
A escolha da sala de aula como lugar privilegiado para a discussão é/será o artifício técnico para reduzir a distância epistemológica entre esses conhecimentos. Entre os recortes disciplinares (plurais) dos participantes e o tensionamento proposto pelas leituras que foram propostas. Nelas existem continuidades e rupturas: o olhar especial proposto pelos autores pode nos ajudar a definir quais serão os conceitos fundamentais da teoria, e os temas de interesse de cada um, por sua vez, podem contribuir para eleger a metodologia apropriada como, por exemplo, a construção deste texto coletivo.

O ambiente virtual – um blog criado para o seminário – agregou as ferramentas de comunicação e interação on-line, sendo este um dos mecanismos de mediação que deu a proposta, a dinâmica necessária para que discentes e docentes conciliassem seus tempos/horários e incrementassem ações paralelas que servissem de auxilio para a compreensão da teoria.
Além de ler textos e interpretá-los o que se pretende é mostrar que esta ferramenta mediadora do blog possibilitou construir uma linguagem comum e coletiva e de constante diálogo problematizador.
O que conferiu alguma singularidade ao grupo e a proposta de trabalho é o fato dela se desenvolver partindo do princípio de que o desenvolvimento de um processo reflexivo é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio (alguns, assim como LEV SEMINOVITCH VYGOTSKY (1896/1934) chamam isso de construtivismo social). Paulo /Valter
Partindo de reflexões geradas no decorrer do seminário em aulas presenciais, bate papos nos corredores e com a contribuição  e construção do blog foi se desenrolando algumas ideias sobre os processos de aprendizagem qualificados pela vivência e avaliados como instigadores de futuras pesquisas.(JU)
Dessa forma, da sala de aula até a porta de saída do prédio existe um tempo e um espaço onde os discursos afloram. Pode-se chamá-los de “discursos de corredor”. Não sei por que isso acontece, (mas acontece): eles surgem com clareza e com verdades absolutas. Neles sabe-se exatamente o que se quer e se busca, seja ao falar de projetos ou de referenciais e teorias.
Isso talvez aconteça porque as mentes se liberam dos bloqueios impostos pelo formato do ambiente formal que perdura das escolas às universidades. E se isso é verdadeiro, também é verdade que os espaços de aprendizagem precisam ser repensados, ou re-inventados para permitir a fruição da linguagem e da mente. Partindo desse pressuposto, analisar e entender a construção do conhecimento que se dá nas ruas e nos espaços não formais de educação é elemento fundante de pesquisa para essa reinvenção.
Pegando o exemplo da aprendizagem da língua estrangeira, ao adentrar-se em uma comunidade periurbana, onde as dificuldades e carências são evidentes, educadores se deparam com uma realidade distanciada das suas e pouco fértil para criar o desejo nos educandos em aprender uma nova língua. As técnicas e os meios de ensino não estimulam o querer e não justificam sua existência. Por outro lado, para os alunos a forma é desconexa da realidade vivida.
Porém, fora da sala, se um indivíduo atentar-se e prestar atenção nas conversas, certamente se ouvirá diálogos do tipo:


- E aí brother? Vamos comer um hot dog?
- Bah, never!! Tô sem money.
- Sem  problems…I have.
Isso mostra que, para além de um conjunto de regras gramaticais e de palavras a serem memorizadas, existe um “corredor” usado como meio de aprendizagem e de troca de um sistema de códigos linguísticos, os quais dominam e dos quais se utilizam como instrumento para interagirem com o mundo. (Pat)
Quando este “corredor” está sendo utilizado como um meio, para que a aprendizagem se estabeleça, esta-se dizendo que o espaço da sala de aula não é a única possibilidade de interação com os saberes ou signos, pois existem inúmeras maneiras e sistemas, onde a troca pode ser efetiva.
Os espaços periurbanos aparecem como fronteiras entre a cultura urbana e rural, quando na verdade já foram derrubadas. A linha que separa as civilizações do mundo moderno é muito tênue. O acesso à informação não privilegia somente àqueles que detêm o capital, poucos não sabem o que seja hot dog ou money.
É preciso reinventar não apenas novas formas de ensino-aprendizagem, mas uma nova forma de ver o Homem. Ter um novo olhar significa desmistificá-lo, conseguir enxergá-lo por inteiro, sem preconceitos e sem barreiras. Reinventar é lembrar e por em prática relações horizontais, onde as diversas singularidades constroem uma rica pluralidade de identidades e de saberes. Re-inventar é superar o possível!
A nova sociedade requer que além de saber conviver com as diferenças, saiba-se compartilhar conhecimento/saber com quem quer que seja, independentemente do espaço social. (MC)
Todavia, a educação permanece como a velha barreira dos bancos escolares que há séculos nos persegue, é preciso parar e ter um novo olhar. Assim, nos depararemos com espaços onde a aprendizagem não somente da língua estrangeira, mas da geografia, da matemática e tantas outras disciplinas já são ensinadas e aprendidas através da convivência com outros integrantes da sociedade, que não necessariamente sejam educadores.
Ter um novo olhar significa desprender-se dos velhos moldes que a nossa memória insiste em ficar atada para se conseguir então, dar um passo a frente para re-inventar velhas e novas formas de aprender que perpassam por outras práticas não formais de “ensinagem”.
Contudo, para se permitir enxergar novas formas de aprender, precisa-se primeiramente analisar os processos solidários que permeiam as comunidades, coooperativas e tantos outros espaços de economia solidária. Espaços esses, onde as pessoas por terem um objetivo maior e coletivo, se ensinam uns aos outros, fortalecem e respeitam o potencial de cada um e o envolvimento e motivação que faltam nas salas de aulas já ocorre nesses espaços ditos (in)visíveis.
Vive-se um tempo de re-emergência onde há um grande distanciamento da teoria e do empirismo. A escola insiste em teorizar, avaliar, ditar o certo ou o errado segundo as diferentes epistemologias, enquanto que nos espaços periurbanos o que ocorre são vivências de aprendizagem, são artefatos que foram apreendidos na práxis, são avaliações de vidas e não de estudos científicos. (JU)
Nesses espaços, essas vivências vêm de diferentes formas: através da educação informal, da educação de jovens e adultos, da educação popular e também da educação formal. Cada uma com suas características próprias, mas com o objetivo comum de transformar os sujeitos em atores sociais, econômicos e culturais.
Por mais contundente que seja a crítica com o formato da escola hoje, com o distanciamento desta com a vida real que está para além dos muros escolares, ainda assim não se pode negá-la. Ela existe e está na comunidade, e é nela que muitos irão buscar a possibilidade de mudança de seu status quo, embora de lá evadam sem nenhuma bagagem cultural. (Pat)
A grande transformação necessária nesses novos tempos pode ser utópica, porém uma alternativa seria apanhar a sabedoria encontrada nas ruas e levá-la às escolas, para que assim ocorra um diálogo mais válido na educação, um diálogo onde memórias e vivências se unam aos estudos teóricos, para então se falar em processos de ensino aprendizagem com propriedade. (Ju)
Outra, seria re-conhecer os espaços constituídos na comunidade enquanto lugar de apoderamento e de construção de protagonismos, entender como neles são construídas novas e diferentes pedagogias, e a partir disso fortalecer interações e cooperações entre escola/comunidade.
Quem domina o conhecimento, acaba também por controlar os meios de expressão e de criação. Então fortalecer os espaços da comunidade significa socializar ferramentas de construção de futuro.
Descobrir como essas comunidades se organizam, aprendem , se relacionam, é essencial para a construção de uma estratégia e de um método onde a proposta da relação solidária seja meio para que a comunidade se perceba e tenha domínio de sua história e de sua cultura. É a partir da riqueza disponível no território, seja esta organismos, pessoas, saberes ou bens materiais/ imateriais, que ocorre a mobilização para uma educação libertária e que só se dá efetivamente no coletivo e em determinados espaços.
Que espaços são esses e como se utilizam da memória, da oralidade, dos costumes, da língua, para terem, verdadeiramente, conhecimento de sua história, domínio de seu presente e serem responsáveis por seu futuro? Que apelos os permitem trabalhar com diferentes atores buscando uma identidade que os una e os façam participar e lutar por melhoria de vida? Como que mesmo com escassos recursos financeiros, se apropriam dos recursos culturais e patrimoniais da comunidade, individual e coletivamente, e os transformam em matéria prima para criar uma nova pedagogia? (Pat)
De acordo com Todorov (2008, p.20) “a vida em sociedade impõe a aprendizagem da reciprocidade”, e é exatamente isso que está faltando nos educadores, a humildade para fazer trocas recíprocas e aceitar que saberes da rua, também são importantes para a construção da sociedade e que não são meramente objetos de estudo.
Essa reciprocidade é visível em espaços onde um bem comum, um interesse maior é construído pelo coletivo, que pode ser dentro dos movimentos socias ou até em grupos que visam uma economia solidária. (Ju)
Assim, a economia solidária adquire uma dimensão maior, quando nestes espaços são compartilhados os saberes da produção. O intuito deveria ser a possibilidade de todos evoluírem juntos. Nas relações de trabalho onde a equidade é um valor, as trocas são mais efetivas e a aprendizagem passa a ser extremamente significativa.
Pode-se trazer como exemplo o caso de uma confecção da moda feminina, cooperativa de modelistas e costureiras. O conhecimento/saber necessário para executar o trabalho ultrapassa o simples costurar, a modelagem exige conhecimentos de matemática, embora o trabalhador em geral não tenha noção de geometria plana ou espacial, consciente.
Esse é mais um dos pontos trazidos para reforçar a idéia de que a aprendizagem  nesses espaços é um saber significativo e de extremo valor para a evolução da sociedade como um todo. A maneira como o homem produz a riqueza e como se relaciona com o trabalho é determinante no modo de produção do Estado. Segundo Martins (2011, p.104), “A coisificação das relações sociais promove a alienação do homem em relação à sua obra, faz com que apareça como coisa e objeto, e não sujeito de sua própria obra.”
O grande desafio é transformar a velha forma de produção em um meio partícipe de sobrevivência, onde o trabalhador seja quem pratica a ação, sujeito da sua história e não objeto, mero espectador. A práxis exige rigor epistemológico, trocas sistemáticas, não existe a possibilidade de se obter um resultado satisfatório quando não existe o comprometimento com a realidade posta.
Paulo Freire dizia que ninguém é uma tabula rasa, portanto respeitar os saberes do trabalhador é condição sine qua non para que o processo de ensino-aprendizagem se estabeleça. Desta maneira, seriam utilizados na prática todo e qualquer conhecimento já experimentado ou vivenciado e, assim, haveria uma contribuição efetiva para o desenvolvimento do coletivo. (MC)
O ser humano apropria-se do conhecimento de diversas maneiras e, cada indivíduo tem na sua peculiaridade um mecanismo de como reter este saber, esta-se dizendo com isso que a memória está intimamente ligada com as conexões feitas ao longo deste processo, ou seja, memória e educação fazem parte da identidade de cada um de nós.
Voltando à questão da cooperativa de modelistas e costureiras. A moda é cíclica e o passado histórico é uma fonte de inspiração. Por esta razão, quando fala-se de recursos patrimoniais e culturais, não se pode esquecer as partes que compõem o todo. A indumentária é parte integrante da história e da cultura de um povo, reflete a sua identidade.  Segundo Morin (2000, p.52),
“O homem somente se realiza plenamente pela cultura e na cultura. Não há cultura sem cérebro humano (aparelho biológico dotado de competência para agir, perceber, saber, aprender), mas não há mente (mind), isto é, capacidade de consciência e pensamento, sem cultura”
(Seria necessário voltar a questão? Parece sanada anteriormente ...JU.)
Portanto, todo processo educativo passa por questões de cunho ideológico e está intimamente relacionado à memória histórica. O desenvolvimento sócio-econômico da civilização é resultado de uma eterna luta de classes.Os movimentos sociais têm o intuito de promover a melhoria de vida do coletivo através da economia solidária ou de associações de classe e, são responsáveis pela luta das classes menos privilegiadas, assim como, pelo reconhecimento do homem como agente integrante do processo produtivo. (MC)
Os movimentos sociais fazem parte do processo de conhecimento e estão inseridos dentro de uma educação ampliada, de uma Educação Não Formal, onde todos os sujeitos que estão presentes praticam ações coletivas em busca de um ideal comum. A solidariedade social e coletiva se impõe sob o individual e esse se correlaciona com o coletivo, pois a vontade de um torna-se a vontade de todos e, por conseguinte, todos são agentes do processo de construção do saber.

Nesses espaços, há um processo educativo, valores e culturas próprias de pertencimentos e sentimentos repassados de uma geração para outra, onde se compartilha as experiências e ações coletivas, trabalhando com a idéia de emancipação e autonomia dos indivíduos, vistos como sujeitos de construção de saberes e do próprio processo de conhecimento.
Os indivíduos que constituem os mais diversos movimentos sociais e populares apresentam uma aprendizagem política dos seus direitos enquanto cidadãos; exercitam e aprendem práticas que os capacitam a se organizarem com objetivos comunitários que são voltados para a solução de problemas coletivos cotidianos.
 Além disso, também proporcionam a aprendizagem de conteúdos a fazer uma leitura de mundo do ponto de vista de entender o que se passa ao seu redor como a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica presente nas redes sociais.
Segundo, Gohn (2001) a transmissão de informação e a formação política e sociocultural são metas na Educação Não Formal existente nos movimentos sociais que prepara os cidadãos, educa o ser humano para a civilidade, para a solidariedade, em oposição à barbárie, ao egocentrismo, ao individualismo, entre outros.
A Educação Não Formal atua sobre aspectos subjetivos dos grupos, trabalha e forma a cultura política de um grupo; desenvolve laços de pertencimento, ajuda na construção da identidade coletiva do grupo, pode colaborar para o desenvolvimento da auto-estima, se fundamenta no critério da solidariedade e identificação de interesses comuns e é parte do processo de construção da cidadania coletiva e pública do grupo.
Os ideais partem através de um desejo em comum, de algo que um grupo, uma parte da sociedade quer e não se encontra disponível a todos, os movimentos sociais e populares sempre foram presentes em todo o decorrer da história desde que o homem iniciou a divisão do trabalho.
 Os movimentos sociais ou populares são constituídos de ideais revolucionários, reformistas ou conservadores, ou seja, buscam a transformação, a mudança ou a manutenção de algo que uma parcela da sociedade almeja e reivindicam através de protestos, denúncias, plebiscitos, passeatas, greves, ocupações de prédios, terras, entre outros. Antes os movimentos se faziam ouvir em praça ou ato público, atualmente temos as redes sociais que se fazem presente em escala mundial, à mídia ajuda ou ofusca os objetivos reais de com certo movimento e isso fez com que os movimentos sociais se reciclassem, se remodelassem, mudando suas táticas, suas estratégias.
Entretanto, apesar da remodelagem dos movimentos sociais, seus elementos são considerados como fontes de inovações e de mudanças sociais, por essa razão eles detêm um saber próprio que é originado, através da lida quotidiana e podem ser apropriados e transformados em forças produtivas, em trabalho. Os caracteres que se constituem nos movimentos sociais se apresentam como necessidades, carências, desafios, obstáculos ou ações empreendedoras a serem realizadas que são construídos no processo, conforme as necessidades do grupo.
Há um elemento importante a ser destacado nos movimentos é a motivação das pessoas participantes que é dinâmica e tem um caráter humanista, além de existir a intencionalidade no processo onde há percursos, metas e objetivos que podem se alterar conforme as circunstâncias, pois o dinamismo, as mudanças, o movimento da realidade que é espiral e de acordo com o desenrolar dos acontecimentos, com os imprevistos e os improvisos no meio do caminho constituem o modelo da Educação Não Formal que há nos movimentos sociais, populares e em todos os meios sociais em que a aprendizagem seja autônoma, solidária e participativa. (Dircéia, creio que dá para recortar um pouco este parágrafo...O que achas? JU )
O meio social em que se vive é coberto de significados culturais, mas esses significados somente serão apropriados com a participação e participar é um processo dinâmico, interativo de aprendizagem que se constrói com a convivência em grupo. (Dirceia)

Referências Bibliográficas
TODOROV, Tzvetan. La vida em común. Ensayo de antropologia general. 1. ed.,Buenos Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2008